sexta-feira, 23 de maio de 2014

ENTREVISTA: Paulo Afonso fala sobre Lyoto Machida e vida cristã

Paulo Afonso (Foto: Raynere Ferreira)
Na tarde de ontem, na igreja Batista Monte Sinai, localizada no bairro dos Estados, em Boa Vista-RR, entrevistei durante 10 minutos o ex-treinador do lutador do UFC Lyoto Machida, técnico na terceira edição brasileira do The Ultimate Fighter. Trata-se do paraense Paulo Afonso, que está em Boa Vista até a próxima segunda-feira.

Na cidade, o campeão de karatê ministra palestras e conta um pouco de seu testemunho de vida com Jesus. Já são mais de 12 anos servindo ao Rei dos reis. Além disso, amanhã, o campeão falará dos 25 anos de seu casamento, na mesma igreja.

Como karateca, Paulo Afonso conquistou títulos da Copa Mundial, do Sul-americano (em equipe), e do Pan-americano, além de ter sido penta (individual) e octacampeão paraense (em equipe), tricampeão norte-nordeste (individual), tetra (individual) e octacampeão brasileiro (em equipe).

Atualmente trabalha em sua academia de karatê, em Belém-PA, que é uma das que mais conquistam medalhas no campeonato brasileiro da modalidade. A tradição no esporte já alcançou seu filho mais novo, Igor, bicampeão brasileiro e campeão sul-americano de karatê, e que vai disputar o mundial no Japão ainda este ano.

A matéria sobre a visita dele à Boa Vista pode ser conferida aqui. Confira a seguir a entrevista com o campeão:

Lucas Luckezie - Como é a relação entre o esporte e o evangelho?

Paulo Afonso – É bacana falar sobre isso, porque o caminhar junto de um atleta de alto nível esportista e cristão, é uma linha muito fina. O cristão tem um padrão de viver, ele tem ali, vamos dizer, um código de vida que é a bíblia, e quando você busca um nível alto, quando você busca um esporte que te dá sucesso, te dá fama, te dá dinheiro, ele pode te levar para caminhos que são opostos ao caminho de uma vida cristã correta, então assim, quando um cristão é verdadeiramente um cristão, qual é o prazer dele? É falar de Jesus Cristo, falar da palavra de Deus, então ele tem que saber que quando ele está ali, todo sucesso que ele alcança, não foi ele que alcançou, não foi para honra e glória dele, foi para a honra e glória do Senhor Jesus Cristo, e que ele está ali para glorificar o nome de Deus e não o dele. É lógico que as vitórias vão vir para ele, os benefícios que estão próximos ao Senhor e que seguem ao Senhor, eles vão vir para aquelas pessoas, porque como é que você vê a glória de Deus? Como é que você vê a Justiça de Deus? Às vezes, a gente pensa que a Justiça de Deus vem só para te castigar, mas a Justiça de Deus é para te beneficiar também. Você fazendo a coisa certa, caminhando legal (com Deus), é justo que você tenha e que consiga o seu sucesso, então a partir do momento que você consegue sucesso, você precisa caminhar com esse sucesso para você não desviar do caminho do Senhor.

Lucas Luckezie - Como foi sua experiência com Lyoto Machida?

Paulo e Lyoto (Foto: Arquivo pessoal)
Paulo Afonso - No MMA, eu treinei ele em duas lutas, a do Randy Coutore e a do Jon Jones, só que eu treino karatê com o pai do Lyoto (Yoshizo Machida) desde os meus 14 anos de idade, o pai dele é meu mestre e quando eu estava no auge da minha carreira de karateca, eu também treinava a seleção infantil e infanto juvenil de karatê do Pará, onde o Lyoto fazia parte. Então de certa forma, eu contribuo com o Lyoto desde que ele tinha oito, nove anos de idade, e eu tenho 45 anos, então assim, na verdade, temos mais que um relacionamento de amigos, de treinador, de profissional, nós somos parceiros, ele é padrinho do meu filho mais velho, então temos uma amizade muito grande, tem um respeito, porque o Lyoto é um cara muito bacana, você chega com o Lyoto e não diz que é aquele cara que está lá, ele conversa com você, brinca com você, tem um coração imenso, não só ele, mas a família dele como um todo é assim, então ele é um camarada que tem um coração gigante, e que você tem o prazer de estar perto dele.

Lucas Luckezie - Você treinou o Lyoto em duas oportunidades, mas a mais marcante dessas foi a do UFC 140, quando o Lyoto “quase foi morto” estrangulado pelo Jon Jones. Como foi ver aquela cena?

Paulo Afonso - A gente quando está lá em cima, na verdade, a gente sabe que pode acontecer de a gente ganhar, derrubar um atleta, ou se perder. Quem treina MMA, quem treina jiu-jítsu, quem treina judô, sabe que se você for finalizado com um estrangulamento daquele, lógico que você vai apagar, mas cinco, 10 segundos depois, você vai estar acordado, não vai acontecer nada demais, você não vai morrer, só que a forma como ele caiu, lógico, ele caiu desacordado, ele deveria ter batido ali, mas ele é muito guerreiro, e ele não bateu, mas o orgulho dele naquele momento não deixou ele bater, era pra ele ter batido, infelizmente aconteceu de ele não bater e cair daquela forma feia, mas cinco, 10 segundos depois, a imagem tirou dele, aí ele acordou e perguntou o que foi que aconteceu, mas voltou tudo normal, as pessoas que não estão acostumadas a treinar e a ver como é na academia, às vezes isso acontece, mas se espera que não aconteça, mas acontece, aí se espanta com a forma que ele caiu.

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